esse é Sérvulo Esmeraldo

Com curadoria de Dodora Guimarães, a exposição reúne mais de 50 obras que evidenciam o encontro entre arte, geometria e experimentação social, apresentando o trabalho do artista que colocou o Ceará no mapa das artes contemporâneas.

A mostra, concebida como um tributo ao Crato, reúne um conjunto significativo de sua trajetória, com ênfase no período em que o artista, após mais de duas décadas na França, retornou ao Ceará para se dedicar à escultura e à defesa da arte pública. Sérvulo Esmeraldo (1929 – 2017) foi um artista incansável, suas obras evidenciam o encontro entre arte, geometria e experimentação social. Ao longo de sua carreira, transitou por diversas linguagens plásticas, sempre carregando as influências dos fenômenos da natureza e o pulsar do Cariri.

O legado do mestre gravador, construído com o fio da memória e o prazer da observação, é apresentado no Centro Cultural em um caleidoscópio de obras que desenham a profundidade de seu pensamento e a precisão de seu raciocínio lógico. Na Galeria 3, a exposição começa com um conjunto de xilogravuras, gravuras em metal e uma litogravura, todas dos anos 1950, 1960 e 1970, seguindo para serigrafias dos anos 1980 e outras obras que revelam o discurso do artista no plano bidimensional. As esculturas e relevos, que ocupam o Átrio e a Galeria 3, trazem à tona as três etapas marcantes da produção tridimensional de Esmeraldo: Planos e Volume Virtuais (1980-1981), Sólidos Geométricos (1982-1990) e Teoremas (2001-2015).

Duas esculturas efêmeras, uma na Entrada Principal e outra no Átrio, revivem sua participação no 1º Festival Latino-Americano de Arte e Cultura, em Brasília, e sua “Lente”, uma instalação originalmente apresentada na França nos anos 1960.

Com curadoria de Dodora Guimarães, presidente do Instituto Sérvulo Esmeraldo e companheira de vida do mestre da geometria, a exposição é, nas palavras da curadora, “Uma declaração de amor ao Crato”. Dodora acrescenta: “A exposição ‘esse é Sérvulo Esmeraldo’ é um tributo ao Crato, à sua gente, e muito especialmente à meninada do século XXI, a quem desejamos coragem e ousadia. Que essa meninada veja com o olhar caleidoscópico de Sérvulo Esmeraldo as miríades invisíveis do universo e chegue a patamares elevados neste mundo novo.”

Em sintonia com a abertura da exposição, o Centro Cultural promove o bate-papo “Sérvulo Esmeraldo e o Laboratório do Mundo” com Aracy Amaral, Dodora Guimarães e Regina Teixeira de Barros, às 17h, na Sala de Vidro do equipamento.

Sérvulo Esmeraldo

Filho do Cariri, Sérvulo Esmeraldo nasceu no Crato em 27 de fevereiro de 1929. Seu primeiro contato com a arte se deu através da xilogravura, uma paixão que despertou quando, alertado pelo pai, descobriu as capas de cordéis nas feiras livres do Crato e Juazeiro do Norte. A descoberta da luz veio com a “invenção” do seu prisma cilíndrico. Durante sua juventude, viveu no Sítio Bebida Nova, onde instalou seu primeiro ateliê e iniciou sua jornada artística.

Ao longo de sua vida e carreira, Esmeraldo se destacou como desenhista, ilustrador, escultor, gravador e pintor, consolidando-se como um dos pioneiros brasileiros da Arte Cinética, uma corrente artística que explora o movimento nas obras. Desde cedo, demonstrou um profundo interesse por matemática, física e artes visuais, explorando essas disciplinas por meio de experimentos e criações que refletiam sua curiosidade. 

Em 1957, realizou uma exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo. Sérvulo Esmeraldo viveu em Paris de 1957 a 1980, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes. Participou de três edições da Bienal de São Paulo: 1961, 1963 e 1987.

Algumas Obras Expostas

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