Abertura da exposição “esse é Sérvulo Esmeraldo”
Classificação indicativa: Livre
Ela é a primeira exibição do artista na casa que leva o seu nome – o que é histórico – e exponencial, também por assinalar os 95 anos que ele completaria em 2024. A exposição esse é SÉRVULO ESMERALDO, no Centro Cultural do Cariri Sérvulo Esmeraldo reveste-se, portanto, de muitos significados.
Artista investigador, com interesse em todas as formas de conhecimento, o menino que buscou nos livros e na natureza em volta, as práticas imaginadas no seu primeiro ateliê, instalado no sótão do casarão da Bebida Nova, ganhou o mundo, mas a linguagem, ele dizia: levou do Crato. Em Fortaleza, São Paulo e Paris ele aprendeu técnicas, expandiu sua visão de mundo. Mas, foi, com o fio da memória e o prazer da observação que construiu sua obra. Um legado imensurável, como se vê no breve caleidoscópio apresentado.
Pensada como um tributo ao Crato, que lhe deu a linha definidora do seu horizonte, a mostra reúne um conjunto relevante da trajetória de Sérvulo Esmeraldo (1929 – 2017), com destaque para o período cearense do artista, quando depois de mais de vinte anos vivendo na França, ele retorna ao Brasil, fixando-se em Fortaleza, decidido a dedicar-se à escultura e à defesa da arte pública.
Como referência ao mestre gravador, com domínio nas diversas linguagens da estampa, a exposição apresenta na Galeria 3, xilogravuras do seu início de carreira, gravuras em metal e uma litogravura, correspondentes ao período europeu, e serigrafias dos anos 1980, que cruzam o gravador às voltas com o amor pela escultura. Um desenho tríptico e uma pintura da década de 1970, completam o discurso bidimensional do artista. Consonante com o seu interesse no plano tridimensional, três objetos óticos colocam em prática o jogo sedutor do real versus o virtual.
O núcleo mais substancial da exposição, o das esculturas e relevos, reúne obras de pelo menos três etapas consideráveis da produção tridimensional de Sérvulo Esmeraldo, em Fortaleza: a dos Planos e Volume Virtuais (1980 – 1981), a dos Sólidos Geométricos (1982 – 1990), e a série Teoremas (2001 – 2015), que ocupam o Átrio e a Galeria 3. Duas esculturas de natureza efêmera localizadas, uma no jardim, e outra no Átrio – a “Lente”, instalação construída com três planos de plástico e água, apresentada nos anos 1960 na França, e por três vezes no Brasil –, remetem, evidentemente, à inquietude e às “astúcias de Sérvulo”, no seu laboratório do Crato.
Na totalidade a exposição é um jorro de beleza, que faz jus ao homem de raciocínio lógico, preciso, perspicaz e de um senso de humor afiado feito flecha: Sérvulo Esmeraldo.
Acessível em Libras.
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